1 de dezembro de 2011


"-Estamos a brincar a um jogo triste, não acha?
-Que jogo?
-Não se faça de ingénuo.
-Se o sou, não é de propósito.
-Você é muito bom rapaz - disse ela. - E joga o melhor que pode. Mas é um triste jogo, de qualquer maneira.
-Você adivinha sempre o que as pessoas pensam?
-Nem sempre. Mas consigo adivinho. Não precisa fingir que me ama. Por hoje basta. Há mais alguma coisa sobre que lhe agrade conversar?
-Mas eu amo-a!
-Por favor, não minta sem ser preciso. A comédia foi muito bem representada, e agora estou bem. Como vê, não sou doida. Um bocadinho só às vezes."


 Ernest Hemingway,
O adeus às armas


8 comentários:

Marta Azevedo disse...

Um bocadinho só às vezes... E no entanto às vezes parece-me que o sou sempre...

Bom feriado!

Beijinhos

seferys.blogspot.com

Daniela disse...

Adoro!!! Tenho que o procurar e ler agora!

Joana disse...

muitas vezes optamos por fingir que não vemos ... mas quase sempre vemos. demasiado bem até!

D. disse...

Oh gostei muito :')

" Como vê, não sou doida. Um bocadinho só às vezes."

Katty disse...

Identifico-me com o texto, por vezes não precisamos de ser amadas mas só de atenção e eu companheiro. Especialmente porque amar é um sentimento muito profundo e complicado e não estamos sempre com espírito para ele.
...
Também devo ser meia doida X)

Maggy disse...

A realidade confunde-se com a ficção nestas palavras...

Anónimo disse...

deliiciia :)

Anónimo disse...

Muito bom.
Bjnhs Pat*